segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Um fenómeno à escala planetária




Envelhecimento demográfico – um fenómeno à escala planetária

Neste início do século XXI, cerca de 420 milhões ultrapassaram os 65 anos de idade, representando 7% dos mais de 6 mil milhões de seres humanos. A maioria dos idosos (59%) vive nas regiões menos desenvolvidas do planeta, mas as profundas transformações que se vêm registando nos últimos anos – relacionadas, nomeadamente, com o aumento da esperança média de vida e com a diminuição da fecundidade – fazem prever que, em meados do século, a proporção de idosos nessas regiões quase triplique face ao actual valor.

Assim, estima-se que mais de 1,1 mil milhões de idosos (ou seja, mais de 3/4 da população mundial envelhecida) viverá em 2050 nas regiões menos desenvolvidas. Não surpreende que as Nações Unidas defendam a urgência de um Plano de Acção para enfrentar uma bomba-relógio de problemas sociais, cujo rastilho encontramos no efeito de bola de neve gerado pela mudança demográfica pretérita.


A evolução nas regiões mais desenvolvidas é igualmente eloquente quanto ao impacte desta mudança. No termo da primeira metade deste século, estima-se que a proporção de idosos duplique (de 14% para 27%), passando dos actuais 170 milhões para mais de 316 milhões em 2050. E destes, mais de 1/3 (aproximadamente 113 milhões) terá ultrapassado os 80 anos de idade. Os valores do Índice de Longevidade  retratam o aumento muito significativo desta 4ª Idade (ver gráfico respectivo).

O índice de sustentabilidade potencial permite equacionar as consequências do fenómeno do envelhecimento nos sistemas de protecção social. Aparecem nas sociedades contemporâneas (e acentuar-se-ão nas vindouras) preocupações quanto à viabilidade das transferências de rendimento intergeracionais, sinalizando que o modelo de contrato social sobre que se fundou o Estado-Providência nos últimos cinquenta anos precisa de ser reformado.

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